quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Uma boa história!


Aterrem em Portugal
Jaime Nunes nem queria acreditar quando, numa noite de Inverno de 1943, viu desfazer-se à sua frente um avião quando pescava perto de Faro, distante do fervor da II Guerra Mundial, que eclodira anos antes.
Nessa noite, a embarcação com que costumava pescar corvina voltou a terra cheia, mas não com peixe. Jaime Nunes e mais dois pescadores salvaram a vida de seis aviadores americanos.
Apesar de distante do verdadeiro campo de batalha, Portugal foi, durante a guerra, área de passagem para mais de uma centena de aviões. Eis o mote para o livro «Aterrem em Portugal!».
O livro, do jornalista Carlos Guerreiro, exigiu uma pesquisa de cerca de dez anos, em arquivos nacionais e estrangeiros, sobre a passagem de aviões em Portugal entre 1939 e 1945, o período que durou a guerra.
A história de Jaime Nunes é uma das muitas descritas no livro, onde se podem ler inúmeros testemunhos não só de aviadores estrangeiros como dos portugueses que presenciaram alguns episódios de guerra.
Situado perto do Norte de África, o Algarve servia de ponte para muitos aviões e navios beligerantes e foi, durante a II Guerra Mundial, palco de algumas batalhas e aterragens forçadas.
Os destroços do avião americano, cuja história é contada no livro, foram localizados há poucos anos e permanecem em frente à Ilha de Faro, podendo ser visitados por mergulhadores.
O livro apresenta cerca de 200 páginas de testemunhos e documentação, contendo mais de 150 fotografias e documentos, informação que se encontrava dispersa pelo mundo.
O autor não se sente um escritor e diz que a obra é «uma grande reportagem» que surgiu porque o tema sempre o apaixonou e não quis que se perdesse a hipótese de recolher testemunhos vivos sobre esta época.
O prefácio é do ex-ministro da Educação, Eduardo Marçal Grilo, também um apaixonado por aviões.
DD

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