terça-feira, 31 de março de 2009

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"Saem à noite para matar a fome de outros

Voluntários vão diariamente para a rua para alimentar os sem-abrigo, toxicodependentes e prostitutas
PAULA ROCHA
Florinhas do Vouga oferece, sete vezes por semana, uma refeição a quem, em muitos casos, vive na rua. Por noite, cerca de 25 pessoas procuram esta ajuda. "Ceia com calor" teve início em Dezembro de 2007 e mata a fome a muita gente.
Há 15 meses que é sempre assim. Quer chova ou faça sol, às 21 horas, todos os dias , as equipas de voluntários da Florinhas do Vouga (Instituição Particular de Solidariedade Social) levam a "ceia com calor" aos mais desfavorecidos da cidade de Aveiro. Na carrinha já estão os cestos com comida (pão e bolos) e os recipientes com leite quente, café e água para chá. Para muitos esta é a única refeição do dia."
Mais em Jornal de Notícias

É uma IPSS a fazer, a prestar este tipo de ajuda, mas podíamos ser nós. Um grupo de amigos a levar calor humano, a ajudar a enganar a fome e tantas outras carências. Uma espécie de solidariedade transformada em circulo vicioso pela positiva. Uma ideia a desenvolver.

Amigos para sempre


Canil Intermunicipal Entre Douro e Vouga
Aqui

sábado, 28 de março de 2009

terça-feira, 24 de março de 2009

Parar...ver...sentir

Resolvi parar. Levar à prática quase todas definições de estática, para parar e ver… só ver. Num sítio em que o sol comparece entrecortado pelos perenes ramos de árvores onde folhas de vida já se anunciam. Parei, respirei, olhei, escutei.
A cidade está transformada num estaleiro; há barreiras em quase todos os circuitos, pedras fora de espaço, homens de mangas arregaçadas e boné na cabeça. O ar não está limpo; ainda se respira uma amalgama de essência queimada, que aqui chega de paragens vizinhas, onde o fogo rasteou. Num rádio em fundo, uma mulher e um homem, fazem conversa de um livro que este escreveu, sobre a cilada que a vida lhe preparou há 16 anos; a morte, roubou-lhe da vida, a mulher e as filhas.
Enquanto passa a conversa, há pessoas a passarem por mim; são apenas corpos que deambulam, que pisam a calçada sem se lembrar, que cruzam com outros sem notar. Dois velhos falam sobre a idade; com a vida feita, não querem a morte à espreita, apenas o orgulhoso brio de ter 82 anos, os filhos criados e netos encaminhados. “Somos de bom tempo” comentavam entre si. E volto a ouvir a presença omnipresente do receptor, que desta vez narra as preocupações de um ministro por causa de uma fábrica no norte…É há pessoas a passar de forma abstraída, quase imaterial. Há carros a buzinar, uma discussão que vem de longe e pouca paciência para aturar.
As pedras continuam lá, as árvores também; as pombas não mudaram de lugar prontas a poisar nos que a míngua lhes vão disfarçando Tudo o resto, parece fora de lugar, como se a alma tivesse migrado, como se o senso se transformasse em incomum verdade dos dias que evaporam.

É giro, não é?


Hoje logo pela manhã fui presenteada com estes três cestinhos. Coisas de quem tem jeito para croché e que acaba por praticar a política dos “RRR” quase sem dar por ela. São garrafas e garrafões de água que ajudam a fazer forma, nesta ideia simples e bonita.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Desconcentração

Do lado de dentro do “guichet” de atendimento duas mulheres conversam. Uma mais velha, outra menos; a que me atendeu e facultou os documentos que queria consultar. Por isso fiquei ali, na sala, do lado de fora, durante uma boa meia hora, concentrada nos papéis, mas desconcentrada com a conversa das duas. A jovem, que ao primeiro olhar me pareceu serena e tranquila, era afinal uma mulher revoltada, com uma capa obrigatória que enverga no atendimento público. Percebi isso mais tarde, na sua oralidade revoltada e sem comedimento de volume, que se ergueu por diversas vezes, contra alguém, que lhe anda a fazer a vida negra, para tirar da sua custódia, duas crianças de tenra idade. Mostrou-se disposta a lutar e a enfrentar todas as instâncias, para as segurar. Mais tarde, a sua colega de trabalho comentava com outra, que a rapariga em causa, vive uma situação complexa também a nível financeiro com repercussões, sobretudo na alimentação.
Enquanto eu me tentava concentrar no propósito da minha deslocação aquele lugar, ainda ouvi mais uma conversa que a dois metros se desenrolava. Mais uma jovem, esta bem mais do que a outra, queixava-se à amiga, das contas absurdas, que a colega com quem partilha a casa, lhe tem apresentado, referindo por diversas vezes a frase “eu não tenho dinheiro para pagar isso”.
Por mais que eu tente, é quase impossível não aturdir com os problemas dos outros, quando esses outros, falam da sua vida privada, em público, sem moderação de tom de voz e na maior das descontracções. Em ambas as conversas, um denominador comum: o dinheiro. Para o bem e para o mal temos de viver com ele. Mas é a sua escassez ou mesmo ausência, que faz a realidade perder a sanidade necessária.
A minha consulta aos documentos em causa, ficou-se pelo tirar de umas notas e tópicos que procurarei encontrar com mais pormenor, no mundo virtual e na tranquilidade do meu espaço, onde não ouço conversas alheias e onde, só um simples e doce “miau” me pode desconcentrar.

sábado, 21 de março de 2009

Vigor


A energia deste jovem, chega para um planeta inteiro. É contagiante e inebriante. Chama-se Tim-Rice Oxley. É co-fundador e pianista dos Keane

Generalizações

Não sei como será noutras paragens mas por aqui a generalização é política absoluta à qual, quase todos aderem. Por outras palavras, toma-se com leviana facilidade, “a parte pelo todo”. O que é boato, passa a realidade num ápice tão ápice, que todos acreditam e fala-se muito do que não se sabe. Como se é livre, há que opinar, nem que seja para dizer asneira ou difamar o próximo. Deve ser aquela coisa do “nacional carneirismo”, com todas as náuseas que a expressão me provoca.
Pertencer ás maiorias, é para muitos, o que “fica bem” e pronto, é o que se sabe.
Os exemplos da generalização, podem ser o mais vulgares possíveis: se eu tenho meia dúzia de cabelos brancos, há-de alguém dizer-me “tens o cabelo TODO branco”. Se um fulano, tem um buraquito numa meia, muitos dirão “anda com as meias TODAS rotas”. Se alguém tem o azar de deixar cair uma gotita de café no casaco, logo se irá espalhar que “anda com TODO sujo”. Enfim, estaria aqui até ao inicio da Primavera do ano que vem, a dar fúteis exemplos, que no entanto também se aplicam ás questões mais complexas do nosso dia-a-dia.
Podemos pensar o que nos dá na gana, podemos fazer as interpretações que quisermos em relação a tudo, mas ás vezes o comedimento peca por escasso. Como diria aqui um “vizinho” do lado, também isto é resultado da falta de chá. A nossa liberdade é infinita, desde que respeite os princípios dos outros.
Um dia, quando as minhas utopias, deixarem de o ser e quando eu já não estiver cá para ver, algum cientista de aquém ou de além mar, haverá de inventar um chip, que obrigue o cérebro de alguns a pensar antes de falar. E o mundo será bem melhor,ou pelo menos, mais equilibrado…

quinta-feira, 19 de março de 2009

Três letras...

O que foste
eu sou...
o que tens de ti e dos teus,
passou para mim.
A ti que me deste viver
que me ajudaste a crescer.
Aguentaste a traquinice,
enfrentaste a diabrura,
mas havia sempre ternura
e meiguice
Era a ti que procurava,
quando a tenra idade,
que me dava liberdade,
fazia merecer uma palmada;
mas tu devolvias responsabilidade.
Fizeste-me crescer,
com dádiva de saber.
E hoje, como sempre, cá estamos pra lembrar
Eu e o meu pai
Dois amigos de durar.

terça-feira, 17 de março de 2009

Procura-se um mundo melhor!

Como seria a vida de cada um, se cada um pudesse e tivesse todo o fruto e cobiça do seu desejo? Como seria a essência do ser humano se o próprio, num estalar de dedos, conseguisse apagar, rectificar e sarar todos os males do mundo? Como seria a ausência de dificuldades, a inexistência de guerras e terrorismo, a cura para todas as doenças, a morte apenas por antiguidade, o desconhecimento da fome, inveja, da ganância e de todos os malefícios intrínsecos ao homem?
Como seria se apenas uma entidade tivesse a seu cargo as regras do universo e simplesmente as guiasse no sentido do que admitimos como “bem“?
Seria um mundo de utopias, logo, impossível de existir. Basta cingirmo-nos ao nosso pequeno mundo, mesmo ao mais restrito, para concluir, que as quimeras, nem nos sonhos existem. Cada vez mais o nosso mundo se restringe a uma pequena ilha, rodeada de revoltosas ondas, prestes a submergir os mais distraídos. Faz-se de tudo por tudo e os meios justificam sempre os fins. Sair sempre a ganhar, ter sempre razão e estar incessantemente no degrau mais elevado da escada do orgulho, é divisa existencial para muitas dessas ondas que nos cercam e que há muito perderam a pedra angular do seu rumo.
Temos o desígnio de viver num mundo imperfeito, com muitos outros grosseiros prefixos, que afinal só tornam mais intrincada a travessia.
O que resta? Apenas tentar manter o pé em terra firme e a lucidez vigilante.

segunda-feira, 16 de março de 2009

Do ser humano!

"Bebé em coma após queda de um quinto andar
Uma criança de 19 meses caiu esta segunda-feira, da janela do quinto andar de um prédio, em Felgueiras, onde vive com os pais e a irmã. André Martins caiu no terraço do segundo andar do prédio Impactus, na Avenida Dr. Magalhães Lemos, e sobreviveu à queda com ferimentos graves."

"Por ar, terra e mar à procura de criança desaparecida
Um helicóptero, uma equipa cinotécnica de busca e salvamento, várias embarcações e elementos dos Bombeiros de Matosinhos estão envolvidos nas buscas para encontrar a criança de quatro anos que domingo à tarde desapareceu no mar."

"Um automóvel com dois meninos de quatro e de sete anos a bordo destravou-se e deslizou de uma altura de cerca de 18 metros para a EN 108, junto ao miradouro de Sebolido, em Penafiel. As crianças correm risco de vida.
Os irmãos estariam a brincar e, no momento do sinistro, encontravam-se sozinhos no interior da viatura, estacionada no pátio da vivenda de férias dos pais."

"Menino de dois anos caiu num poço e morreu
Quase a completar dois anos e meio, o menino brincava, anteontem, na rua da aldeia, em Mangualde, com dois irmãos mais velhos. Uma hora depois de deixar de ser visto, foi encontrado num poço. Acabou por morrer."

JN
São todas notícias das últimas horas e relatam factos que não gostaríamos de ter lido. Estranhamente, ou talvez não, os últimos dias têm sido pródigos em acidentes com crianças de tenra idade. Dei por mim a reflectir, nas palavras e pensamentos que terão afluído a estes progenitores, quando na semana passada, ouviram a notícia do pai de Aveiro que se esqueceu do filho no automóvel. Terão condenado, não terão? Terão dito “eu nunca deixaria, eu nuca faria?…” Não sei, nem quero ajuizar, mas sei que a condenação, é sempre o caminho socialmente mais fácil, mas basta ouvir umas poucas palavras sobre o tão admirável, mas também perigoso, comportamento humano, para concluir que ás vezes o silêncio é a nossa melhor defesa.
São os mistérios e os desígnios da existência. Nunca sabemos o que nos está reservado. Nunca sabemos que a tragédia de um “vizinho” pode amanhã bater à nossa porta

sexta-feira, 13 de março de 2009

Know who you are

Tem 27 anos. Também está nas minhas memórias.
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Know who you are
There's a world wants to know you
Know where to go...
There's a world wants to touch you
Feel all you can...
Let your heart speak and guide you
Don't be afraid...
Of the love deep inside you.
Bring it out for everyone
When you smile we can see the sun
Bring it out for all to hear
Because you've so much to give
And there's so much to know
But if you wait for your moment
Well, it may never show.

Discover Supertramp!

Know who you are...
There's a new song inside you.
Weep if you can...
Let the tears fall behind you.
Bring it out for everyone.
When you smile we can see the sun,
Sing it out for all to hear
Because you've so much to say
And you've so much to do
And everyone's waiting,
Yes, it's all up to you.
Know who you are...
There's a world deep inside you,
Trust me if you can...
There's a friend to guide you.
Supertramp

quinta-feira, 12 de março de 2009

Anjo

Hoje voltei a dizer só para mim este poema. E é, a única coisa, que me apetece dizer e questionar??!!

(...)
Que quem já é pecador
Sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
Porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...

E uma infinita tristeza,
Uma funda turbação
Entra em mim, fica em mim presa.
Cai neve na Natureza
- e cai no meu coração.

Balada da Neve de Augusto Gil

quarta-feira, 11 de março de 2009

Inovar sim, mas tanto também não!!!!

Grande sucesso na Tailândia, China e Hong-Kong
Refeições servidas em sanitas
Ligar a imagem tradicional de casa de banho a uma cadeia de restaurantes, não é, à partida, a ideia mais apetecível do Mundo. Mais foi exactamente essa ligação que os donos do Modern Toilet, estabeleceram ao serem pioneiros deste conceito de decoração e comida inspirada em sanitas. As travessas e os bancos têm a forma de sanita e os gelados de chocolate fazem lembrar fezes. O menu contém, por exemplo, "diarreia com fezes secas".
in Correio da Manhã

sexta-feira, 6 de março de 2009

O justo e o pecador

Encontrei este video aqui. Traduz numa imagem, muitas das palavras que aqui já escrevi.

YES


Soon (Jon Anderson)
Esta música tem 35 anos. Faz parte das minhas memórias.

quinta-feira, 5 de março de 2009

Vital e virtual

Quando eu morrer batam em latas,
Rompam aos berros e aos pinotes —
Façam estalar no ar chicotes,
Chamem palhaços e acrobatas.

Que meu caixão vá sobre um burro
Ajaezado à andaluza:
A um morto nada se recusa,
Eu quero por força ir de burro...

Mário de Sá Carneiro

Já reparam que a blogosfera pode ser uma opção para fazer um testamento? Não como um legado de bens materiais, mas de intenções, de bens emocionais, do que queríamos que fosse...
É claro que por aqui, nunca sabemos quando o que lemos, é fidedigno; que a pessoa que escreve, é a pessoa que pensamos, ou que diz ser...há muita ficção neste mundo virtual, mas também, uns pós de realidade. Eu sou eu e nunca tive problemas em falar do meu “quando”, que pode estar no desfazer de uma curva, num caminho de maiores socalcos, ou no sítio onde menos espero. É incontornável. Não sabemos, o onde, o como e o quando. Sabemos apenas, que está por aí algures, em silêncio, em jeito de traição, escondida atrás de algo, ou à vista desarmada.
Não quero que batam em latas, nem que rompam aos berros e aos pinotes, como escreveu Mário de Sá Carneiro, mas que, em vez de lágrimas, vertam sorrisos e boas lembranças.
Um dia, ainda vou escrever sobre o destino dos meus bens imateriais. Já que sou a favor do testamento vital, também posso defender o virtual.

segunda-feira, 2 de março de 2009

A cadeira...

Numa berma de estrada, ela permanece há várias horas no mesmo local. Nem o vento, nem a corrente de ar dos carros, a faz tombar. Firme, como firme foi o protesto da alma descontente que a submeteu à exposição pública. Porquê? Cada um interpreta à sua maneira!

domingo, 1 de março de 2009

Gratidão

Aquele programa, que eu corria para ver, quando era catraia, acabou.
Foram alguns dias agitados, com muita adrenalina, com pancadas em madeira, (lagarto, lagarto) para que a coisa corresse bem.
Deu trabalho, alguns nervos, cansou, mas correu bem.
Correu bem porque, um grupo de pessoas, do lado de cá, também fez por isso. Todos os envolvidos, deram o seu melhor. Outros ainda deram o melhor do seu melhor. Por isso, acho que devo deixar aqui os seus nomes. O João, prestável a cem por cento e sempre com soluções; a João, uma menina linda, cheia de potencial; o Pedro, que, com as suas tranquilidade e serenidade, fez com que o “boneco” passasse na perfeição.
A Lúcia, a Ana, o António, o Sérgio, o Miguel. Até o Sr. António, deu uma ajuda para que nada nos faltasse. Na casa que nos albergou, sentimo-nos em casa; por isso só tenho duas palavras a dizer, obrigada e obrigada.