Se para muitos o telemóvel é um bem necessário, com utilidade mais que reconhecida, para outros, além disso, é também uma forma de exposição da vida mais “privada”. A verdade é que há quem perca a noção completa das”figuras” que faz quando atende o dito. Há os que gesticulam, os que dão voltas e mais voltas e os outros que falam tão alto, que o mundo à volta escuta involuntariamente o que não queria nem deveria escutar.
Ontem de passagem por um centro comercial, uma voz mais elevada despertou-me a atenção. Um jovem na casa dos seus 20 e poucos anos discutia ao telefone com alguém supostamente da família. Praticamente em altos berros dizia “ eu não estou contra ninguém vocês é que estão contra mim porque não querem que eu namore com ela”. Ora a “ela”, não sei se era a rapariga, também jovem que o acompanhava de ar soturno e preocupado. Entre frases quase distorcidas, fruto do nervoso da voz do homem apaixonado, ainda consegui ouvir “ se for preciso eu fujo de casa para ficar com ela”.
Todos os que passavam naquela hora no tal centro comercial ficaram a saber a história familiar desavinda daquele rapaz, disposto a tudo por “um amor e uma cabana”.
Ás vezes perdemos a noção que a nossa voz nos está a trair e a denunciar perante os outros. Perdemos a noção que “amores e cabanas” não existem. Mas quando se é jovem e determinado, tudo, quase tudo é possível, até morrer por amor…
2 comentários:
Eu ainda continuo a acreditar no "amor e uma cabana". Já não tenho cura, pois não? É que, os 20 já lá vão há muito tempo...
M. das Orgências
Para ti é mais um "amor e um duplex à beira-mar". E isso dos 20 já lá irem há muito tempo é treta.
Quando nós "queremos" temos a idade que nos apetece.
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