À hora do lanche, que ás vezes é também hora de comprar pãozinho fresco e oloroso, cruzei-me com uma “velha conhecida”, mais de vista que outra coisa, que não via há longos anos. Continua muito loira, como sempre foi e as rugas não lhe ganharam a aposta de aparecer na idade em que é costume, apesar de já ser avó.
Há uns anos valentes, era figura pública da minha cidade, por via dos projectos em que estava envolvida; e envolveu-se tanto, que acabou emaranhada numa complicada teia, que se arrastou pelos tribunais durante “séculos". No final dos anos 90 quando “a coisa” veio a público, para não ficar “no privado”, foi-lhe aplicada uma caução de cinco mil contos que, naturalmente…pagou. Conforme me contou, o caso viria a ser arquivado, por falta de provas. Para o efeito, não interessam culpas ou culpados, mas sim as obrigações do “Estado” para com esta cidadã. Desde há dois anos que está tentar reaver, o dinheiro da caução. Já fez de tudo, para o conseguir e nada…nada é mesmo a resposta mais comum neste país, quando se circula na ”auto-estrada” de via única, estado-contribuinte. A velocidade é lenta, tão lenta, que por vezes, muitas vezes, pára, causando enormes congestionamentos na cabeça dos comuns mortais. A outra, (contribuinte-estado) tem várias faixas, é bem mais rápida e pune expeditamente quem tem tendência para ficar parado.
Às vezes dou comigo a pensar que esta ponta da Europa, tem compensações, em relação a outras paragens. Mas o melhor é mesmo não pensar, porque me ocorrem muitos palavrões, como burocracia, cunhas, lentidão, colarinhos brancos, fraudes de várias sementeiras, oportunidades oportunistas, calotes, políticos, estado preguiçoso e mau pagador… e estava aqui até amanhã. Acho que estamos a entrar noutra dimensão; não sei se é a 5ª ou a 6ª , mas estamos a perder alguma coisa, ou fomos perdidos. Até o bom do clima, está a ficar cada vez mais tótó. Não acho que seja do “buraco”, ou se é, o buraco fica em Portugal.
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