Depois de jantar um delicioso peixe grelhado e enquanto bebia o meu já quase tradicional, chá de laranja e canela, assisti com alguma curiosidade, à estreia de hoje, na SIC. Mário Crespo entrevistou Alberto João Jardim.
Ao mesmo tempo, dei por mim a estabelecer uma espécie de analogia entre dois homens, já passados dos sessenta, e a laranja e a canela.
De um lado o Presidente do Governo Regional da Madeira, que será sem sombra de dúvida, a laranja; tem acidez, é sumarento nas palavras, tem casca grossa, é difícil de descascar e em muitas ocasiões também nos provoca arrepios.
Do outro, Mário Crespo que casa na perfeição com a especiaria. Suave, mas simultaneamente intenso, estilo ligeiramente adocicado, aromático quanto baste e um tempero eficaz para determinadas iguarias.
E tudo isto, esteve quase sempre presente, na quase mútua entrevista que se fizeram. Quando se “fala“, como atravessado líder Madeirense, é difícil, que mais alguém fale e em muitas ocasiões, é ele que faz as perguntas. Hoje não foi excepção. João Jardim, voltou a chamar mentirosos aos do costume, fraseou “esse rapaz”, para se referir a Pedro Passos Coelho e até invocou a memória de Álvaro Cunhal, “que descanse em paz, que também merece”, para comentar uma boca infeliz, do porta-voz do Partido Socialista, Vitalino Canas.
Voltou a dizer-se português, para “fugir” à independência ou a qualquer coisa do género, na sua Madeira.
A entrevista terminou num ápice, com o senão do auricular de Mário Crespo ser demasiado audível e motivo de distracção para quem assistiu.
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