Quando eu era pequenita, havia um programa, que não perdia, por nada, mesmo nada. Naquele dia, aquela hora, lá estava prostrada, em frente ao aparelho, a ver o espectáculo. Lembro-me de ir numa corrida para casa de uma tia, para ver em ecrã de cores.
Era o brilho, era o som, era a diversão, os equívocos, era tudo…tudo divertido.
Longe estava eu de adivinhar, que volvidos estes anos, acabaria por me ver envolvida, exactamente nesse projecto, que tanta atenção me captou no passado.
O tempo e consequente decorrer dos anos, são mesmo a melhor escola da vida.
Crescer é sinónimo de aprender, mas é igualmente uma espécie de bloqueador, de alguns pensamentos e palavras da mente e oratória. Um deles é obviamente NUNCA. Nunca dizer nunca, é praticamente um lema, que adoptei há anos, depois de involuntariamente ter engolido alguns. A vida e as situações, com que nos defrontamos levam-nos a isso. É claro que eu posso dizer, por exemplo, que “nunca me irei apaixonar, pelo…sei lá…pelo Paulo Bento.” Mas imaginem que “amanhã” me cruzo com o homem e até lhe acho piada!??? `É pouco provável (achar-lhe piada) e é só um exemplo…
A verdade, é que do degrau da idade, em que me encontro e que está longe (espero eu) do topo da escada, contínuo a ver, muita boa gente a dizer “eu nunca…isto, eu nunca aquilo”. Mas depois…
É o levar à letra, a velha máxima do “olhem para o que eu digo e não, para o que eu faço”.
É só mais uma reflexão e uma constatação, porque muitos dos nossos “nunca”, mais tarde ou mais cedo, ficarão como náufragos, perdidos nas palavras e razões.
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